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Abertura

(Trilogía de la Tierra)

video instalação

português / castellano

2014

realizado em colaboração com o jurista Anderson Santos e o urbanista André Dalbó. Participação de Ermínia Marticato, João Marcos, Izabel Lopes, Darci Frigo e Carlos Marés. 

Comissionado para a exposição “Devir-menor" com curadoria de Inês Moreira e Susana Calo. 

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Entre 1979 até o ano de sua morte em 1992, o filósofo e psicanalista Francês Félix Guattari esteve por sete vezes no Brasil. Uma dessas viagens, realizada em 1982, ficou registrada no livro Micropolítica: cartografias do desejo, compilado em co-autoria com a psicanalista Brasileira Suely Rolnik. “Talvez seja isso que estou buscando com tanta viagem nos últimos tempos” --- declarou Guattari nesta ocasião --- “é isso que me leva sucessivamente à Palestina, à Polônia, ao México, ao Japão, ao Brasil. Será que existe um povo desterritorializado que atravessa esses sistemas de re-territorialização capitalística?”

 

Durante os anos 80, o Brasil passava por uma transformação radical. Deixava praticamente vinte anos de regime militar em direção à abertura democrática. Ao lado das transformações macro-políticas no aparato do Estado, o país vivia um intenso processo de formação de agenciamentos micro-políticos nos mais diversos setores do tecido social, um processo de criação de territórios menores por onde se desenhavam ‘cartografias dissidentes’ à lógica autoritária que foi cultivada pelo regime. Foi justamente essa articulação entre as transformações políticas ‘molares’ e ‘moleculares’ que mobilizou as paixões e viagens de Félix Guattari pelo Brasil durante este período.

Desde 1979 hasta el año de su muerte en 1992, el filósofo y psicoanalista francés Félix Guattari estuvo en Brasil siete veces. Uno de esos viajes, realizado en 1982, se registró en el libro Micropolítica: Cartografias do DEsejo, compilado en coautoría con la psicoanalista brasileña Suely Rolnik. "Quizás esto es lo que he estado buscando con tantos viajes en los últimos tiempos", declaró Guattari en esta ocasión. "Esto es lo que me lleva sucesivamente a Palestina, Polonia, México, Japón, Brasil. ¿Hay un pueblo desterritorializado que cruce estos sistemas de redistribución territorialista capitalista?

 

Durante la década de 1980, Brasil experimentó una transformación radical. Dejó veinte años de gobierno militar hacia la apertura democrática. Junto con las transformaciones macropolíticas en el aparato estatal, el país estaba experimentando un intenso proceso de formación de agencias micropolíticas en los sectores más diversos del tejido social, un proceso de creación de territorios a través de los cuales se criaba una 'cartografía disidente' a el autoritarismo cultivado por el régimen. Fue precisamente esta articulación entre las transformaciones políticas 'molares' y 'moleculares' que movilizaron las pasiones y los viajes de Félix Guattari por todo Brasil durante este período.

Abertura (trilogia da terra) parte da leitura dos registros da viagem de 1982 para investigar as dimensões espaciais do processo re-democratização no Brasil afim de refletir sobre seus desdobramentos contemporâneos. O projeto mapeia a formação destes espaços menores em três escalas: urbana, agrária e territorial. Cada uma dessas dimensões é observada através de materiais de arquivo organizados em torno de conversas com personagens que foram atuantes neste processo. Tomadas em conjunto, esta trilogia revela que no centro da ‘revolução molecular’ brasileira encontrava-se a abertura de um antigo nó colonial --- a terra.  

 

“É comum me acusarem de ser estupidamente otimista de não ver a miséria dos povos. Posso vê-la, mas… não sei, talvez eu seja delirante, mas penso que estamos num período de produtividade, de proliferação, de criação, de revoluções absolutamente fabulosas do ponto de vista dessa emergência de um povo.”

 

--- Félix Guattari, durante sua visita ao Brasil em 1982

Abertura (trilogía de la tierra) comienza con la lectura de los registros de viaje de 1982 para investigar las dimensiones espaciales del proceso de re-democratización en Brasil y reflexionar sobre sus desarrollos contemporáneos. El proyecto mapea la formación de estos espacios moleculares en tres escalas: urbana, agraria y territorial. Cada una de estas dimensiones se observa a través de materiales de archivo organizados en torno a conversaciones con personajes que estuvieron activos en este proceso. En conjunto, esta trilogía revela que en el centro de la 'revolución molecular' brasileña estaba la apertura de un antiguo nudo colonial: la tierra.

 

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